-
Arquitetos: Wallflower Architecture + Design
- Área: 510 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Khoo Guo Jie
-
Fabricantes: Louis Poulsen
Descrição enviada pela equipe de projeto. A proposta era criar uma casa grande o suficiente para acomodar uma família multigeracional com filhos adultos. Espaçosa o suficiente para cada um ter sua privacidade, aconchegante o suficiente para a união familiar. Isso nos fez pensar em como maximizar cada centímetro do terreno dentro das restrições dos regulamentos locais de construção. Como o proprietário tinha o apoio de uma grande construtora; uma construtora premiada e reconhecida por sua capacidade em projetos de grande escala e obras complexas de túneis subterrâneos, esta foi uma oportunidade que não poderia ser perdida.
A equipe da construtora desenvolveu técnicas de engenharia específicas para escavar 5m de profundidade no terreno, mesmo com vizinhos a menos de 3m de distância. Consequentemente, o proprietário ganhou um subsolo desde o limite posterior até o frontal. Não foi uma tarefa fácil encaixar uma casa de 740 metros quadrados em um terreno de 510. Os responsáveis pela construtora confessaram mais tarde que uma casa não é menos complexa ou desafiadora do que seus megaprojetos.
Telas de madeira fixas alinham o volume da casa. Sua escala e ritmo falam de solidez e porosidade. Elas oferecem um vislumbre do espaço, mas mantém os olhares indesejados do lado de fora. Atravessando o volume, uma árvore solitária surge, indicando o espaço habitável abaixo. A sensação é de que o exterior nega o interior.
O campo da antiga escola na parte posterior da casa inspirou um projeto de planta aberta com hierarquias claras de espaços dentro de uma forma retilínea. O térreo foi liberado das paredes; o continuum de espaços foi reforçado por uma escada transparente e pelo núcleo do elevador. A piscina acentua a profundidade visual da casa, refletindo o céu e seu entorno verdejante, refletindo nas superfícies e exalando calma. Aqui, à medida que as fronteiras se dissolvem, a natureza é convidada, ininterrupta e desimpedida.
A brisa flui livremente para o subsolo através dos dois jardins submersos estrategicamente posicionados, formando poços de ar e luz. Esta estratégia condiz com o subsolo da habitação e seu microclima aprimorado pela ventilação natural e luz do sol. Torna-se uma extensão do térreo, pois a família o ocupa diariamente para trabalhar, brincar, conversar ou relaxar. A visibilidade e a ligação entre os espaços adjacentes e o terreno acima são mantidas através dos vazios e jardins escavados. O olhar é para os espaços internos. O coração da casa bate aqui.
As telas de madeira tornam-se o dispositivo que suaviza as paredes sólidas, oferece privacidade e unifica a fachada. Esta casa respira o clima úmido de Singapura; é porosa com ampla luz solar e ventilação. O fluxo contínuo entre os espaços de estar e o jardim interno faz com que "viver entre as árvores" se torne uma segunda natureza para os habitantes, assim como foi para o proprietário-construtor adicionar essa obra cheia de afeto ao seu corpo de trabalho. O seu amor pela construção manifesta-se aqui, onde a relação entre a natureza, a arquitetura e os seus habitantes é vivida e usufruída diariamente.